Eliseu Lemos Padilha - Ministro dos Transportes FHC |
O deputado gaúcho é o novo ministro dos Transportes e o senador goiano ocupa a vaga de Jobim na Justiça.
Nove meses depois de o deputado Odacir Klein ter deixado o ministro dos Transportes, o presidente Fernando Henrique Cardoso nomeou ontem à tarde (17/05/1997) o gaúcho Eliseu Padilha como titular da pasta.
A confirmação de Padilha, cogitado para o cargo desde o início deste ano, encerra uma das mais longas interinidades da história da República. Alcides Saldanha ficou tanto tempo como interino que chegou a acreditar na possibilidade de virar titular. Junto com Eliseu Padilha (PMDB/RS), FHC nomeou o senador Íris Rezende (PMDB/GO) para a vaga de Nélson Jobim no Ministério da Justiça.
Os dois tomam posse na próxima quinta-feira. Foram quase três meses de expectativa no PMDB, partido ao qual caberiam os dois ministérios. Tanto Padilha quanto Íris sempre estiveram bem cotados, mas - por várias vezes - viram o governo recuar na nomeação.
Em diversas oportunidades, o presidente deixou o PMDB falando sozinho, embora tivesse pedido ao partido que indicasse os nomes para integrar as duas pastas. Ultimamente, FH insistia em dizer que estava irritado com a confusão interna da sigla, afirmando que os vários grupos do PMDB não se entendiam em relação aos prováveis ministros. O presidente tinha razão.
O Ministério dos Transportes ficou nove meses sob o comando do interino Alcides Saldanha.
O nome de Padilha foi bancado pelo presidente a Câmara, Michel Temer (SP), e pelos líderes o PMDB no Senado, Jáder Barbalho (PA), e na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
O PMDB de Minas Gerais brigava para emplacar outro candidato. Aconselhado por assessores, FHC chegou a pensar em manter Saldanha, sob o pretexto de que quem realmente manda no ministério é o secretário-executivo José Luiz Portella, seu amigo, Iris, não era o nome preferido por FHC para a Justiça. Em princípio, o presidente gostaria de colocar no lugar de Jobim seu amigo Aloysio Nunes Ferreira (SP), deputado federal.
Ultimamente, assustado com os problemas enfrentados pelo governo na relação com o Judiciário, o presidente disse a líderes aliados que gostaria de ter como ministro da Justiça um jurista de renome. Além de tentar apressar a indicação dos nomes, o PMDB pressionava o governo a transformar em ministério a Secretaria de Desenvolvimento Regional para acomodar um senador do partido.
Decidido a não criar um ministério somente para agradar aos senadores, o presidente optou por sacrificar o amigo, e Aloysio Nunes Ferreira ficou fora do primeiro escalão.
As denúncias de compra de voto para aprovar a reeleição, que acabaram respingando na honra do governo, obrigaram FH a assegurar a fidelidade da sua base de apoio no Congresso.
A primeira providência foi a de honrar o acordo com o PMDB.
As duas vagas eram do partido, e os ministros seriam nomeados assim que se votasse a reforma administrativa. O presidente achou melhor não esperar pela conclusão das votações.
Fonte: Zero Hora de 17 de maio de 1997
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