terça-feira, 18 de fevereiro de 1997

Reeleição: hoje, Governo acredita em vitória fácil

Eliseu Padilha: cálculo dos votos

Emenda será votada em segundo turno, na Câmara, com os aliados de FHC prontos para impedir vetos a prefeitos e governadores

O governo acredita em uma vitória fácil hoje, quando a Câmara dos Deputados vota a emenda da reeleição em segundo turno. Nas contas do líder do PSDB, José Aníbal (SP), de 360 a 370 deputados votarão sim no segundo turno. Pelos cálculos de Eliseu Padilha (PMDB-RS), o contabilista do grupo que cuida da reeleição, os números devem ficar entre 365 a 375. O governo trabalha com as presenças de 500 deputados em Brasília.

O ministro de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, será exonerado das funções hoje para assumir o cargo de deputado. Com isto, volta à suplência o deputado Pedro Yves (PMDB-SP), contrário à reeleição. Na votação do primeiro turno houve a mesma operação, Yves foi pego de surpresa e brigou com Luiz Carlos Santos. Desta vez, ele próprio pediu para ser substituído. Disse que não poderia dar o voto a favor da reeleição.

 A certeza da vitória é tão grande que votos difíceis, como os das deputadas Célia Mendes (PFL-AC) e Fátima Pelaes (PSDB-AP), são contados como se fossem das oposições. Célia Mendes faz pressão para que o governo libere os últimos R$ 10 milhões para a conclusão da rodovia 364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul. Fátima Pelaes exige que o governo a ajude a aparecer no Amapá como uma das responsáveis por emenda à reforma administrativa, que torna estáveis os servidores dos ex-territórios contratados entre os dias 5 de outubro de 1983 à 5 de outubro de 1988. O deputado Eraldo Trindade (PPB-AP) tem conseguido aparecer como "dono" da proposta.

Em reunião realizada na noite de domingo, o alto comando da reeleição concluiu que a votação de hoje vai acrescentar pelo menos 25 votos novos ao projeto da reeleição. Estavam presentes ao encontro o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, o ministro de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), o líder do PSDB, José Aníbal, o líder do governo, Benito Gama (PFL-BA), o ex-presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e o deputado Eliseu Padilha.

De acordo com as conclusões do alto comando da reeleição, o PMDB, que deu 67 votos a favor da reeleição, no primeiro turno, deve contribuir com mais 15, dos deputados de Goiás, do Pará e da Paraíba. O PPB, que ofereceu 44, também deve aumentar sua cota em 15. Os paulistas do PPB foram incluídos nos casos perdidos. Segundo o líder do governo, Benito Gama, eles estão muito fiéis às orientações do ex-prefeito Paulo Maluf, presidente de honra do partido, contrário à reeleição.

Os líderes do comando da reeleição contabilizam também mais dois votos no PTB: o do deputado Félix Mendonça (BA), que na votação anterior errou e marcou abstenção, e o do deputado Duílio Pisaneschi (SP), agora em paz com o governo. O PSDB terá duas baixas: da deputada Márcia Marinho (MA), que está na França, e do deputado Basílio Vilani (PR), que foi
operado. O deputado Carlos Alberto (PFL-RN), em tratamento contra o câncer, talvez não consiga se deslocar até Brasília.



Fonte: Jornal do Comércio de 18/02/1997

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