quinta-feira, 15 de março de 2001

Ligação rodoviária Brasil, Chile e Bolívia

Embaixador do Chile e o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha
Matéria publicada na Gazeta Mercantil, em 15/03/2001, relata a mobilização dos governos de Mato Grosso, da Bolívia e do Chile em busca de financiamentos para asfaltar as vias que fazem a ligação rodoviária entre os dois países e o estado matogrossense. 

Os governos de Mato Grosso, da Bolívia e do Chile vão bancar os estudos de viabilidade do intercâmbio comercial com o Brasil com rotas no estado. O documento, orçado entre US$ 5 milhões e US$ 6 milhões, terá licitação internacional. O levantamento servirá como argumento no pedido de financiamento a ser feito a organismos internacionais de crédito para asfaltar o trecho de 527 quilômetros da rodovia boliviana entre Santa Cruz de La Sierra e San Mathias, que faz divisa com o município mato-grossense de Cáceres. 

O anúncio sobre o acordo foi feito ontem, em Cuiabá, durante reunião do governador Dante de Oliveira com o ministro de Desenvolvimento Econômico da Bolívia, Carlos Saavedra Bruno, e o embaixador da Bolívia no Brasil, Gonzalo Montenegro. Segundo o ministro, o governo boliviano já garantiu US$ 2 milhões. 

"A expectativa é de que dentro de três meses, no máximo, os trabalhos sejam iniciados", afirma. O documento incluirá estudos de engenharia, impacto ambiental e sócio-econômico nos três países, com dados dos seus respectivos estados e municípios de fronteira. "Trata-se do primeiro projeto tripartite da América Latina a ser financiado pelos bancos internacionais", comenta. 

A idéia é recorrer ao Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) e Corporação Andina de Fomento (Caf). Trecho brasileiro Do lado mato-grossense, a MT-070, que liga Cáceres a San Mathias, tem 85 km, dos quais 25 km não são asfaltados. "Até o final deste ano, o trecho será concluído. São necessários R$ 4,5 milhões, que foram assegurados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso sem contingenciamento, como será feito com os recursos para as obras da BR-163", comenta o governador Dante de Oliveira. 

Da parte boliviana, todo o caminho de Santa Cruz até San Mathias, na divisa com Cáceres, está por fazer. São 527 km que, segundo o ministro boliviano, demandam investimentos de US$ 350 milhões. Carlos Bruno informa que existem duas alternativas para viabilizar a obra de infra-estrutura da estrada na Bolívia. "Poderá ser privatizada, por concessão, ou o próprio governo assumirá a dívida junto aos bancos", observa. 

O ministro de Desenvolvimento Econômico admite que, durante anos, a Bolívia sempre esteve voltada para o mercado sul-matogrossense, mas informa que agora as expectativas sócio-econômicas de Mato Grosso fizeram com que o país se voltasse para cá. "Nos últimos dez anos, o estado vem se desenvolvendo e mudando a realidade econômica dessa região do País e, por conseqüência, também da Bolívia", analisa Carlos Bruno. 

Quanto à fatia que cabe ao Brasil desembolsar para os estudos de viabilidade econômica, o governador Dante de Oliveira informa que solicitou audiência ao ministro dos Transportes, EliseuPadilha. "O ministro boliviano também participará do encontro onde pedirei a nossa parte, que é entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões. Mas, caso não consiga a tempo, o estado irá bancar", afirma. Sandra Pinheiro Amorim, de Cuiabá.


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