Embaixador do Chile e o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha |
Os governos de Mato
Grosso, da Bolívia e do Chile vão bancar os estudos de viabilidade do
intercâmbio comercial com o Brasil com rotas no estado. O documento, orçado
entre US$ 5 milhões e US$ 6 milhões, terá licitação internacional. O
levantamento servirá como argumento no pedido de financiamento a ser feito a
organismos internacionais de crédito para asfaltar o trecho de 527 quilômetros
da rodovia boliviana entre Santa Cruz de La Sierra e San Mathias, que faz
divisa com o município mato-grossense de Cáceres.
O anúncio sobre o acordo foi
feito ontem, em Cuiabá, durante reunião do governador Dante de Oliveira com o
ministro de Desenvolvimento Econômico da Bolívia, Carlos Saavedra Bruno, e o
embaixador da Bolívia no Brasil, Gonzalo Montenegro. Segundo o ministro, o
governo boliviano já garantiu US$ 2 milhões.
"A expectativa é de que
dentro de três meses, no máximo, os trabalhos sejam iniciados", afirma. O
documento incluirá estudos de engenharia, impacto ambiental e sócio-econômico
nos três países, com dados dos seus respectivos estados e municípios de
fronteira. "Trata-se do primeiro projeto tripartite da América Latina a
ser financiado pelos bancos internacionais", comenta.
A idéia é recorrer
ao Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) e
Corporação Andina de Fomento (Caf). Trecho brasileiro Do lado mato-grossense, a
MT-070, que liga Cáceres a San Mathias, tem 85 km, dos quais 25 km não são
asfaltados. "Até o final deste ano, o trecho será concluído. São
necessários R$ 4,5 milhões, que foram assegurados pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso sem contingenciamento, como será feito com os recursos para as
obras da BR-163", comenta o governador Dante de Oliveira.
Da parte boliviana,
todo o caminho de Santa Cruz até San Mathias, na divisa com Cáceres, está por
fazer. São 527 km que, segundo o ministro boliviano, demandam investimentos de
US$ 350 milhões. Carlos Bruno informa que existem duas alternativas para
viabilizar a obra de infra-estrutura da estrada na Bolívia. "Poderá ser
privatizada, por concessão, ou o próprio governo assumirá a dívida junto aos
bancos", observa.
O ministro de Desenvolvimento Econômico admite que,
durante anos, a Bolívia sempre esteve voltada para o mercado sul-matogrossense,
mas informa que agora as expectativas sócio-econômicas de Mato Grosso fizeram
com que o país se voltasse para cá. "Nos últimos dez anos, o estado vem se
desenvolvendo e mudando a realidade econômica dessa região do País e, por conseqüência,
também da Bolívia", analisa Carlos Bruno.
Quanto à fatia que cabe ao
Brasil desembolsar para os estudos de viabilidade econômica, o governador Dante
de Oliveira informa que solicitou audiência ao ministro dos Transportes, EliseuPadilha. "O ministro boliviano também participará do encontro onde pedirei
a nossa parte, que é entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões. Mas, caso não
consiga a tempo, o estado irá bancar", afirma. Sandra Pinheiro Amorim, de
Cuiabá.
Fonte: Transportes.gov
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