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Eliseu Padilha ganhou carta branca para assumir um
papel-chave na candidatura de José Fogaça
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Eliseu Padilha sofria resistência de uma ala do partido, mas foi procurado pela cúpula da sigla para amplificar as mobilizações pelos municípios gaúchos. Embora contestado, o deputado é visto no PMDB como o maior articulador da militância.
O coordenador-geral da campanha, deputado federal Mendes Ribeiro Filho, nega que o colega estivesse excluído do processo. Mas o próprio Padilha, que é secretário-geral da legenda, afirma jamais ter recebido qualquer solicitação para colaborar com as mobilizações (veja entrevista nesta página).
Avaliando como lento o ritmo da campanha, o presidente estadual do PMDB, senador Pedro Simon, conversou com o deputado na manhã de ontem. Ficou acertado que a executiva do partido passaria a articular a militância. Embora Simon seja o presidente da sigla, na prática será Padilha quem coordenará a mobilização.
– Estamos agregando mais forças, e ele é uma dessas forças – diz Clóvis Magalhães (PMDB), braço direito de Fogaça na coordenação.
Líderes do PMDB afirmam que Fogaça, que esteve ontem na Serra, resistiu até onde podia à ideia de envolver Padilha na campanha.
No sábado passado, no entanto, a notícia de que o deputado estadual Marco Alba (PMDB) foi escolhido para comandar a campanha na Região Metropolitana já evidenciava indícios de que Padilha entrava em cena. Afilhado de Padilha, Alba só aceitou a função após o consentimento do padrinho político.
Pompeo de Mattos vai assumir papel semelhante no PDT
Fogaça falou com Padilha naquele mesmo dia, e Magalhães já vinha telefonando para o deputado.
Ontem, ao comentar a queda de Fogaça nas pesquisas e o crescimento de Tarso Genro (PT), um dirigente do PMDB disse que “não é mais hora de escolher companhias, e sim de virar o jogo”.
Magalhães garante não haver perda de poder com a entrada de Padilha: Mendes seguirá coordenando a campanha normalmente.
– Se o Padilha vai participar mais ativamente, maravilhoso – disse Mendes ontem à noite.
Está marcada para amanhã, com a presença de Padilha, uma reunião do comando do PMDB e do PDT, principal partido aliado da campanha. O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT), vice na chapa de Fogaça, assumirá o mesmo papel de Padilha no lado dos pedetistas, mobilizando as bases do partido.
"O comando de campanha parecia querer autossuficiência"
O deputado federal Eliseu Padilha ingressa em uma missão que conhece: mobilizar as bases.
A seguir, a síntese:
Zero Hora – Por que só agora chamaram o senhor para participar ativamente da campanha?
Eliseu Padilha– Quando desisti de ser candidato ao Senado, ficou decidido que a Secretaria-Geral do partido, comandada por mim, organizaria as mobilizações pelo Estado. Só que, depois da convenção do PMDB, jamais foi solicitado absolutamente nada à Secretaria-Geral. Entendemos agora que esta é uma missão do partido, independentemente de qualquer solicitação.
ZH – Em outras palavras, o senhor coordenará a campanha?
Padilha– O partido vai fazer sua parte nos municípios, independentemente do que está sendo feito pelo chamado comando de campanha, instituído pelo Fogaça.
ZH – O senhor começa quando a mobilizar os militantes?
Padilha– Já estou nesta função. Não estávamos executando porque o comando de campanha parecia querer algum tipo de autossuficiência, que nós respeitamos. Mas respeitamos até a semana passada.
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