Os dados são do ex-ministro Eliseu Padilha: nas primeiras 48 horas, a carta de Michel Temer para Dilma teve 70 visualizações por segundo na internet. Descontando os que clicaram mais de uma vez, ele acredita que pelo menos 25 milhões de brasileiros leram a carta.
A rápida visita do vicepresidente Michel Temer a Porto Alegre, ontem, mostrou que o cheiro de poder é inconfundível e irresistível. Os 80 lugares disponíveis para o almoço Brasil de ldeias, da revista Voto, se esgotaram tão logo foi confiimada a presença do vice. A diretora executiva da revista, Karim Miskulin, passou os últimos dois dias dizendo não aos que queriam comprar convites, pois não havia como ampliar a capacidade do salão.
Temer chegou ao hotel Sheraton com duas horas de atraso, acompanhado dos principais líderes do PMDB. A caminho da mesa principal, parou para abraçar a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), uma das mais entusiasmadas defensoras do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Na presença de políticos e empresários como Jorge Gerdau Johannpeter, o vice fez um discurso cauteloso, que não desse margem à interpretação de que está conspirando contra a presidente. Defendeu a reunificação do Brasil, uma saída rápida para a crise e a revisão do pacto federativo.
Começou dizendo que considera superado o episódio da carta:
- Conversei com a presidente e acertamos os ponteiros.
Quem mais falou da caitafoi o ex-ministro Eliseu Padilha, que trata o vice-presidente por Michel. Unha e carne com Temer, Padilha repisou a versão de que a cana vazou pelo Planalto e contou que, diante da repercussão, a assessoria de Temer entregou a íntegra a um jornalista “para evitar que fossem divulgados apenas trechos.
Padilha tratou a carta como um desabafo de um homem noimalmente comedido.
- O Michel que eu conheço, que a Marcela e ofilhinho deles conhecem, é humilde e sensível. E o libanês mais britânico que conheço. Fala pouco e ouve muito. Cortou o corpo e mostrou o coração comparou Padilha, tentando, sem sucesso, desidratar o conteúdo político da carta.
Mais tarde, no encontro com deputados estaduais e federais do PMDB, Temer reafirmou que o partido não está conspirando contra Dilma. Apesar do ativismo próimpeachment dos deputados Osmar Terra e Darcísio Perondi, falou da importância de não deixar colar no partido o rótulo de golpista.
- O PMDB não quer o papel de conspirador reforçou.
Fonte: Zero Hora | Política + | Rosane de Oliveira | Capa + página 8
Data: 11/12/2015 - sexta-feira
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