domingo, 2 de janeiro de 2000

Ministro Eliseu Padilha: "Estamos restaurando os modais ferroviário e hidroviário."

Ministro dos Transportes Eliseu Padilha
Ministro Eliseu Padilha faz balanço positivo de 99 e diz que greve dos caminhoneiros mostrou que o Brasil não pode depender só das rodovias.

Apesar do contingenciamento que atingiu o Ministério dos Transportes em 1999, que trabalhou com 35% do que era inicialmente previsto no orçamento, o ano passado foi considerado marcante para o setor. O titular da pasta, ministro Eliseu Padilha, afirmou que, mesmo com o ritmo lento, grandes obras tiveram continuidade. 

Ele exemplificou com trabalhos realizados no RS, como a reestruturação do Porto de Rio Grande, a conclusão do viaduto do Boqueirão, na BR 116, em Canoas, e o prolongamento do Trensurb. Entre as obras que ficaram prejudicadas com o corte de recursos, Padilha mencionou a Fernão Dias, o Corredor do Mercosul e a eclusa de Tucuruí. Sobre a greve dos caminhoneiros, ocorrida em julho, o ministro destacou que o movimento mostrou à sociedade o que o governo já sabia: o país não pode depender de um único modal de transporte. 

'Estamos restaurando os modais ferroviário e hidroviário. Precisamos de competitividade', declarou.

A estimativa é de que 1999 tenha fechado com um incremento de 20% no transporte ferroviário na comparação com 98, que já tinha apresentado um crescimento de 12,8% com relação ao ano anterior. 'Muitas trocas do Mercosul estão sendo feitas graças à integração da ferrovia Argentina-Chile-Bolívia, via Uruguaiana', destacou. Duas grandes obras ferroviárias estão em execução: a Ferro-Norte, dentro de Minas Gerais (privada), e a Norte/Sul, que já passou pelo Maranhão, está em Tocantins e deverá ser privatizada. A União está investindo em trens nas principais regiões metropolitanas. Os governos federal e do RS deverão se reunir nas próximas semanas para discutir o projeto Linha 2, que prevê o transporte de passageiros por trens na Capital. 'O governador Olívio Dutra me mandou uma carta e concordou em discutir a questão.'


Porto de Rio Grande tem a segunda movimentação portuária do país
Porto de Rio Grande
O ministro lembrou que 99% do sistema portuário do Brasil está privatizado e já possui custos competitivos internacionalmente. 

Segundo ele, o porto de Rio Grande está em quarto lugar nos preços por contêiner, cobrando 160 dólares pela unidade. 'Ele já corresponde à segunda maior movimentação portuária do país e tem uma das mais modernas instalações.'

O orçamento previsto para a pasta dos Transportes em 2000 é de R$ 5 bilhões. Segundo o ministro, 50% serão investidos no sistema rodoviário. A outra metade será dividida entre os modais ferroviário e hidroviário. O canal de São Gonçalo, que liga as lagoas dos Patos e Mirim, deverá ser reativado. 'O RS tem 7% da malha rodoviária do Brasil. No mínimo com este percentual de investimentos o Estado vai ficar', garantiu.

 
Para a Região Metropolitana de Porto Alegre, a intenção do ministro é acabar, em 2000, as obras do viaduto da avenida Sete de Setembro, em Novo Hamburgo, e iniciar o viaduto da avenida João Correia, no valão de São Leopoldo. As obras da Rodovia da Maçã também terão continuidade.

Fonte: Daniela Vianna - Correio do Povo 02/01/2000

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