SÃO PAULO - Após abrir
sinalizando movimento de cautela, em linha com o desempenho dos principais
índices acionários globais, o Ibovespa intensificou ganhos ainda na
primeira hora de pregão, puxado sobretudo pela percepção de novos avanços nas
negociações para a votação da reforma da Previdência. No radar, a bancada do
PMDB deu os primeiros passos pelo fechamento de questão em torno do apoio às
medidas, o que pode facilitar o caminho de outros partidos a fazerem o mesmo.
Às 11h20 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira subia 1,29%, a
74.033 pontos. O índice acumulou uma alta de 1.250 pontos da mínima do dia
para cá, em pouco mais de uma hora.
No mesmo horário, os contratos de
juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 caíam 2 pontos-base,
a 7,03%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 6
pontos-base, a 9,16%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em janeiro
de 2018 apresentavam variação negativa de 0,71%, sinalizando cotação de R$
3,229. Na avaliação do diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria
Júnior, a tendência da moeda americana é de baixa no longo prazo e alta a médio
prazo.
A despeito das dificuldades
observadas para a aprovação da reforma previdenciária na Câmara dos Deputados
antes do recesso parlamentar, o mercado dá novamente o benefício da dúvida ao
governo. O presidente Michel Temer conta com cinco pilares estratégicos para
avançar com a medida impopular mesmo com a aproximação da corrida eleitoral.
Seriam eles: a narrativa de combate a privilégios, a costura com prefeitos (que
desempenharão papel decisivo nas eleições, sobretudo para o caso dos deputados
federais que tentarão reeleição), o acerto com as cúpulas partidárias, a
possibilidade de liberação de mais recursos dos cofres para emendas
parlamentares e a delegação de poder a Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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