sábado, 4 de julho de 2015

Eliseu Padilha: Vamos ter candidatura própria em 2018

“Vamos ter candidatura própria em 2018. Vai chegar o momento em que haverá um desembarque do governo.”
Padilha: “Vamos ter candidatura própria em 2018. Vai chegar o
momento  em que haverá  um desembarque do governo”.
Braço direito do vice-presidente da República, Michel Temer, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que ajuda o correligionário no trabalho de pacificar a base aliada, assegurou, em entrevista ao Correio, que o PMDB só deixará a função depois que houver “harmonia” entre governo e Congresso, e não após o término da votação das desonerações na folha de pagamento — um dos itens do arrocho fiscal em tramitação no parlamento. Já o desembarque total, na opinião dele, deve ocorrer após as eleições municipais de 2016, para que o partido construa a candidatura própria em 2018.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defende que Michel Temer abandone a articulação política do governo. Temer deixará o posto?

A posição de Eduardo Cunha reverbera uma parcela considerável dos parlamentares do PMDB. Tenho convicção de que ele deu voz à parte da bancada que pensa que deveríamos sair do governo. Deixar a articulação e o governo. O que nós — eu e Michel — dizemos é que vamos ter candidatura própria em 2018. Estamos numa posição de gestão ao lado do PT, com transparência e lealdade. Temos de conversar com o PT e com a presidente, que foi quem nos honrou com o convite, para que possamos ter o calendário sobre a possibilidade da convivência desses interesses dentro do governo. Possivelmente, vai chegar o momento em que haverá um desembarque (do governo), porque teremos um projeto próprio de poder, e o PT terá outro.

Esse desembarque seria quando?

Defendo — e acredito que essa posição é majoritária dentro do PMDB — a ideia de que isso ocorra depois das eleições municipais de 2016.

Em relação à articulação política, Michel Temer já demonstrou disposição em deixar o posto?

Nunca. Michel e eu não somos pessoas de meias medidas. Nós estamos ou não estamos, e estamos 100% envolvidos no processo de articulação política de governo. Temos um compromisso absoluto. Não há hipótese, neste momento (em que o Congresso vota medidas do ajuste fiscal), de imaginarmos que se possa fazer uma mudança brusca na articulação política. Isso seria irresponsabilidade da nossa parte. Sabemos que temos de levar adiante esse trabalho até fazermos a travessia do ajuste, da harmonia com o Congresso, que passa muito pelos trabalhos que estamos desenvolvendo hoje. O Michel recebeu uma missão especial da presidente da República, que, a meu juízo, está desempenhando muito bem. O sentimento de quando a missão estará concluída ou não vai brotar de um diálogo entre ele e a presidente Dilma.

Está difícil construir essa harmonia neste momento?

Sim. Os movimentos sociais, as ruas e a cidadania brasileira têm mostrado algumas inconformidades com a gestão pública. É óbvio que, no Poder Legislativo — que é reflexo do que a nação respira, transpira e se manifesta —, a gente tenha uma aparente desarmonia com o Executivo.

Eduardo Cunha é um nome do PMDB para 2018?

Se nós formos analisar as pesquisas com menções espontâneas em relação ao PMDB, ele é um dos nomes que aparece, sim.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também está cotado?

Acho que sim. Mas, em política, dois anos, que é o tempo que falta para a definição da candidatura, é uma eternidade. 

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