terça-feira, 6 de maio de 2014

Seminário discutiu o transporte como fator de aumento das exportações

Apenas a melhoria na logística de transportes e a redução de tempo da burocracia oficial para liberação dos produtos enviados ao exterior, poderiam incrementar em mais de um bilhão  de dólares anuais, imediatamente, as exportações gaúchas. As projeções são do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuarios (ABTP), Wilen Manteli, com base em estudo da Fundação Getúlio Vargas, assinalando a importância de uma maior mobilização empresarial no sentido de reduzir custos das mercadorias desde que saem da indústria até o comprador.

Com este objetivo, a entidade promoveu ontem a tarde, em Porto Alegre, o seminário "RS Exportar para Crescer", que foi aberto pelo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e contou com a presença de exportadores, lideranças empresariais nacionais e estaduais ligadas aos diferentes modais de transporte e autoridades do setor.

Manteli considera que uma logística de transportes mais eficiente, junto com a reduçãos dos prazos médios de chegada do produto ao comprador estrangeiro, poderia elevar as exportações anuais gaúchas, a curto prazo, da marca atual inferior a US$ 6 bilhões para cerca de US$ 7 bilhões. No Brasil, o incremento poderia ser da ordem de US$ 10 milhões, segundo levantamento feito pela FGV.

Durante a abertura do evento, Eliseu Padilha, falou sobre os investimentos no porto de Rio Grande e em estradas federais no estado. Depois, o deputado federal e ex-ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, relator do projeto de lei que cria a Agência Nacional dos Transportes, coordenou o painel que tratou das agências reguladoras como promotoras da redução de custos. O segundo painel teve como mediador o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Moreira, que analisou como o Rio Grande do Sul pode aumentar as vendas externas. O secretário estadual dos Transportes, Beto Albuquerque, encerrou o seminário falando sobre a contribuição do governo na infra-estrutura. 

MOBILIZAÇÂO 

"Há uma cultura empresarial no País que dá atenção quase exclusiva a atributos e cambio, na análise da baixa competitividade do produto brasileiro no exterior, apesar do excesso de impostos ser um fator importante", afirma o presidente da ABTP. Além disso, são problemas que fogem da decisão direta do empresário, ao contrário da logística de transporte, onde deveria influir diretamente. 

A ABTP está promovendo uma série de encontros e debates tentando mobilizar os empresários não apenas quanto a redução dos custos nos portos, mas para a utilização mais radical do transporte por caminhão, trem ou navio e a integração dos três modais. Segundo Manteli, "a ação das empresas no sentido de maior rapidez e diminuição de custos nas entregas dos produtos, tornou-se uma imposição". "As cadeias de produção industrial estão baseadas em tempos rígidos de matérias-primas e peças, por trabalharem com estoques reduzidos", explica. Em nível regional, a ABTP pretende realizar um levantamento mais exato, em colaboração de universidades e dos principais setores exportadores, sobre perdas na exportação, em função de deficiências na logística de transportes. O diagnostico servirá de base para sugestão de ações empresariais e governamentais. 

Fonte: AGORA - RIO GRANDE/RS 
Painel - pág 03
13/06/2000

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