O governo federal quer transformar o Porto de Rio Grande,
distante 310 quilômetros de Porto Alegre, no porto do Mercosul. Para isso
investirá R$ 215 milhões nas obras de prolongamento dos molhes, solucionando os
problemas no canal de acesso ao porto. Também aplicará outros R$ 180 milhões em
obras de dragagem do canal de acesso, aumentando o calado de 12 metros (40 pés)
para 18 metros (60 pés), totalizando R$ 395 milhões em investimentos.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de
Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, uma logística eficiente, junto com
a redução de prazos médios de chegada do produto ao comprador estrangeiro,
poderia elevar as exportações anuais gaúchas dos atuais US$ 6 bilhões para em
torno de US$ 7 bilhões.
O edital de licitações será publicado hoje no Diário Oficial
da União, conforme informou o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. O
anúncio foi feito ontem, em Porto Alegre, durante seminário “RS-Exportar para
Crescer”, no Hotel Plaza São Rafael.
Com os investimentos,
o terminal de Rio grande – junto com Sepetiba, no Rio, e Suape, em Pernambuco –
será um dos três portos de maior concentração e distribuição de cargas no país
e o de maior calado do Mercosul. Hoje, os únicos em condições de receber navios
de grande porte são os portos de Sepetiba (RJ) e Baía Blanca, na Argentina.
A ampliação possibilitará o ingresso de navios do tipo cape
size, navios de última geração ou super-navios que chegam a pesar de 180 a 200
mil toneladas. Atualmente, a capacidade é de navios com 80 mil toneladas
(carregado). Além disso, Padilha
destacou que o porto de Rio Grande oferece localização geográfica estratégica e
é o único porto a garantir facilidade de acesso pelos três modais de transporte
– ferroviário, hidroviário e rodoviário – o que é importante, por exemplo, para
o progresso de integração com a Argentina.
Primeira etapa do
projeto deverá ter início em novembro deste ano
Atualmente, a movimentação financeira no Porto de Rio Grande
é de US$ 3,396 bilhões. O total de toneladas movimentadas anualmente é de 12
milhões (entre importação e exportação). A primeira etapa das obras para o
prolongamento dos molhes deverá ter início ainda este ano, no mês de novembro.
Conforme o ministro Eliseu Padilha, a previsão de conclusão
é de três anos, no caso dos molhes, e de menos de um ano, as obras de dragagem.
Mas o ministro admitiu que pretende encerrar as obras em apenas 24 meses,ou
seja, em 2002.
Os recursos já foram liberados pela comissão de orçamento da
União. Agora é preciso aguardar o trâmite do processo. São necessários dois
meses para a elaboração e abertura das propostas de habilitação das empresas, e
mais dois meses para a abertura das propostas de preço.
-O prolongamento dos molhes em 500 metros no lado leste e
900 no oeste é fundamental para garantir condições físicas de aprofundamento do
canal de acesso – afirma Padilha, acrescentando que com a obra o lado leste
terá 4.720 metros e o oeste totalizará 4.060 metros.
Fonte: ZERO HORA pag 16
13/06/2000
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